JOGOS | ANÁLISE

Review | Red Dead Redemption 2

Novo jogo da Rockstar possui gráficos incríveis e um história bem desenvolvida

Vitor Fumagalli07 de abr. de 2021Atualizado em 07 de abr. de 2021

A tecnologia vem sendo desenvolvida cada vez mais, gerações de consoles estão mais rápidas e certos modelos se tornando obsoletos, jogos não são mais o que costumavam ser, agora, integram narrativas a um sistema de gameplay que condiz com todo o material, universos inteiros dentro de um disco. Jogos se tornaram produções milionárias com produção musical, gravação de movimentos, páginas e páginas de script, nesse contexto, anunciado dois anos antes até ser adiado e lançado em 2018, temos Red Dead Redemption 2, a nova aventura ambiciosa da Rockstar Games.

Após 7 anos, um novo jogo depois de Grand Theft Auto V estava para ser lançado com muita hype em cima dele, além de ser sequência de uma das obras-primas da Rockstar. Red Dead Redemption 2 foi louvado pelas críticas com notas extremamente positivas, mas por parte dos fãs, a nota decaia um pouco e, em certos casos, diziam que o jogo era horrível. Eu zerei o jogo duas vezes, fiz quase 100% (cerca de 95%), na primeira vez fiquei maravilhado com toda a jornada, mas após pensar muito, problemas surgiam e eu começava a entender todas as críticas, lhes apresento minha humilde review, dois anos depois, de Red Dead Redemption 2.

1899, o fim de uma era se aproxima

O jogo se passa quase na virada do século, onde quase todo o Oeste estava “civilizado” e as gangues eram caçadas, nesse mundo acompanharemos a aventura da gangue Van der Linde, uma das mais temidas e, claro, uma das últimas gangues existentes. Jogaremos com Arthur Morgan, um dos membros mais antigos da gangue e quase um filho para Dutch Van der Linde, o líder do bando; o jogo começa nas montanhas nevadas, uma tempestade forte está ocorrendo enquanto a gangue foge após uma tentativa fracassada de um assalto, dois membros da gangue morrem.

Dutch chama Arthur para acompanhá-lo, os dois saem e se deparam com Micah, outro membro da gangue que estava fazendo reconhecimento, ele os leva até uma casa que parece estar ocupada. Os três descem até a moradia, enquanto Dutch discutia com homens ali, Arthur vê um corpo, para a surpresa deles, eram membros de outra gangue, O’Driscolls; um tiroteio acontece e a ameaça é eliminada, após isso, eles encontram uma mulher, chamada Sadie Adler, o marido dela foi assassinado (o corpo que citei acima) e, por decisão de Dutch, eles a levam para o resto da gangue.

A história de Red Dead Redemption 2 é, no mínimo, incrível, o ponto forte dos jogos da Rockstar sempre foram suas histórias e personagens marcantes. Arthur Morgan no início, quando apareceu em trailers e outros materiais de divulgação, não foi tão aceito, mas acabou que, para mim, ele é um dos melhores personagens de qualquer JOGO já feito; em seu diário, é possível ler o que ele sente, seus medos, suas dúvidas com relação ao fim da era das gangues, ao final do jogo, tenho certeza que você também o verá dessa forma!

Toda a narrativa é muito bem amarrada, personagens citam eventos passados, antes do jogo, e você não se sente perdido, pois sente que está acompanhando eles desde sempre, e cada membro da gangue tem suas preferências, gostos, desgostos, um capricho extremo foi posto nessa parte do game, além do fato de não ter “exposição desnecessária”, a narrativa te respeita como jogador para entender os eventos que ocorrem. Além dos personagens, o mundo é outro personagem por si só, mais de 1000 atores fizeram capturas de movimentos e oh boy, cada NPC tem sua rotina, o mapa está cheio de vida, pode não ser tão agitado, mas é possível sentir a “realidade” dele, você ver os pássaros, animais em florestas, acampamentos, tudo tem extremo detalhamento, é até assustador em alguns casos!

É assim que o gameplay é (Na verdade, desde sempre, eu acho…)

O jogo segue a fórmula básica da Rockstar de missões, mas digamos que em Red Dead 2, o “perfeccionismo” da empresa foi até demais. O game tem detalhes até demais em certos casos onde não colaboram muito com o gameplay, você ter de limpar suas armas, limpar o cavalo com uma escola, todo o processo ficou muito mais metódico, vou explicar: antes o processo era Apertar L1, puxar a arma, mirar e atirar, agora, puxando a arma você tem que segurar ela certo por causa da posição e precisão, depois atirar, puxar o cão da arma (que habilita o próximo tiro) para ai sim atirar de novo.

Além disso, todos os modelos são extremamente animados, cheios de movimentações e reações para cada coisa que o jogador faz ou interage, um exemplo é quando você esfola um animal, em certos momentos a animação demora mais do que o necessário. Outro exemplo e talvez, um dos mais problemáticos: seu personagem, em ocasiões, você tentará virar Arthur para pegar um objeto, e ele dará umas voltas até acertar o item; o jogo permite a interação com NPCs de maneira bem abrangente, e isso pode frustar, imagine você andando na rua e apertar um botão errado e socar um homem e a cidade inteira se virar contra você? Um pouco irritante.

A jogabilidade de Red Dead Redemption 2 é mais lenta, extremamente metódica em certos casos, mas um grande problema deve ser citado: O Design de games da Rockstar é datado (não falo do mundo aberto). A fórmula do modo história de “ser seguido ao pé da letra” em certos casos te pune por tentar uma abordagem diferente, como coletar recursos e doar dinheiro para o acampamento, que não muda absolutamente nada já que a história tem de seguir um rumo específico, e esse ritmo mais lento do jogo o fez ser chamado por muitos de “Horse Simulator”, em certos pontos, concordo, mas acho ser demais tentar enquadrar toda a obra num simples apelido. O game pode ter sido a segunda maior estreia do entretenimento, mas diferente de GTA, Red Dead pode não apelar para todos, e nesse caso, nem é um jogo para todos, infelizmente.

O modo Online de Red Dead Redemption 2 (Red Dead Online) pode ser divertido para alguns e extremamente chato para outros. No início, o game sofria de sérios problemas na economia das coisas, sendo quase que obrigatório a compra de microtransações para prosseguir, o grind era absurdo, agora esses problemas se foram e é uma experiência divertida para aqueles que quiserem se aventurar no velho oeste com os amigos, mas após muito tempo, o grind não vale tanto a pena e meio que perde-se o sentido de jogar. O Online, no final das contas, é um aperitivo onde o prato principal é o modo história do jogo.

O dia acabou, a hora chegou… você lutou bem, a guerra acabou…

Red Dead Redemption 2 não é um jogo para todos, eu recomendaria para qualquer um se fosse apenas pela história, mas ai entre o fator gameplay, que eu amei, mas nem todos vão gostar, é irônico como a Rockstar faz certas coisas tão bem, mas outras coisas, tão mal. Jogar pela história de Arthur Morgan e acompanhar a gangue Van der Linde foi algo incrível e certamente uma experiência única de qualquer história de qualquer jogo, tem seus altos e baixos, afinal, o jogo é extremamente longo.

O tamanho do jogo não importará caso você sente à fogueira com seus companheiros, cante, conte histórias, sinta o vento durante as cavalgadas entre missões e aprecie os pequenos momentos durante a jornada, já que quando tudo acabar, você perceberá a experiência que jogou, em momento sim, e em outros não, você vai desejar experienciar aquilo pela primeira vez de novo, por que certamente foi algo especial. Essa foi minha humilde análise de Red Dead Redemption 2, agradecido por ler!

Red Dead Redemption 2

Lançamento:26.10.2018

Publicadora:Rockstar Games

Desenvolvedora:Rockstar Games

Gênero:ação-aventura

Plataforma:PlayStation 4, Xbox One, Google Stadia, Microsoft Windows

Nota do avaliador:

Excelente