JOGOS | ANÁLISE

Review | The Legend of Zelda Breath of the Wild

Uma aventura para a história

Vitor Fumagalli03 de abr. de 2021Atualizado em 03 de abr. de 2021

encedor do prêmio Jogo do Ano em 2017, Breath of the Wild trouxe uma nova brisa para a franquia The Legend of Zelda com uma tentativa de um enorme mundo aberto. O exclusivo de Nintendo Switch recebeu inúmeros prêmios e até agora, um dos mais premiados e bem avaliados da geração. Após dois anos, será que ainda é a “Obra-Prima” que todos clamam?

Em primeiro lugar, a história de Breath of the Wild se passa numa Hyrule pós-apocalíptica; nosso herói consagrado da franquia, Link, desperta de um sono profundo e, aparentemente, sem recordação alguma do que houve. Ao sair e se deparar com a enorme Hyrule, Link encontra um senhor, que lhe diz um pouco sobre o local, o Great Plateau, que servirá como tutorial do jogo. Momentos depois é mostrada a Torre de vigia, que, ao estilo Ubisoft, libera o desenho do mapa para você; nisso, você verá Ganon, uma entidade sombria enorme que paira sobre o Castelo de Hyrule, e uma voz dirá que não há muito tempo.
Após algumas horas de tutorial pelo local, Link reencontra com o senhor, que se revela Rhoam Bosphoramus Hyrule, o Rei. Ele conta que 100 anos atrás houve uma tentativa de selar Ganon, e que tudo deu errado, o cavaleiro foi derrotado e a princesa Zelda, usando todas forças para manter a fera selada por todo esse tempo. A revelação, esse cavaleiro era Link, que agora tem a missão de explorar Hyrule e se aventurar para o Castelo com o objetivo de matar a fera sombria.

A história possui outros personagens? Claro. Desenvolvidos? Em partes. Link continua silencioso, mas é possível encontrar seus traços de personalidade em escolhas de diálogo e reações. Os personagens secundários são legais e tem seus momentos, mas não é algo incrível; exemplificando isso, imagine que você conheça esse personagem, acontecerá uma cutscene, uma memória de Link com essa personagem 100 anos atrás, sequências de história depois, você terá mais uma cena, e fica por isso. Para se ter mais deles, é preciso encontrar as memórias, que estão espalhadas por Hyrule em pontos específicos, todas contarão a história antes da catástrofe com Ganon, a personagem mais desenvolvida nisso tudo é a princesa Zelda.

Entrando na parte de voice-acting, em minhas análises, não toco muito nesse assunto, já que é algo presente na maioria dos jogos, mas em Zelda nunca foi tão presente quanto agora. Em cutscenes, personagens falam, menos Link, a maioria entrega um trabalho bom, no inglês, no idioma que joguei, já a princesa Zelda parece que pagaram um pastel e água para ela interpretar a personagem, mas é um ponto que dá para ignorar. Num geral, a história é simples, não tão bem contada como em outros jogos, mas não deixa de ser boa.

Agora falaremos dos dois principais trunfos de Breath of the Wild, sua exploração e seu mundo aberto. Muitos podem dizer que o mapa é vazio, sem muita coisa para se fazer, já que as secundárias se resume a algumas quests bem básicas (poucas se destacam em sua complexidade) e quests de Shrines, que explicarei mais para frente. Hyrule é um lugar belo, vilarejos, ruínas, acampamentos, florestas e áreas montanhosas, TUDO ao seu dispor desde o primeiro momento, já que, entrando em um pouco do gameplay, o jogo te entrega suas ferramentas no tutorial para que você possa usá-las em sua totalidade com o decorrer de sua exploração, e isso é um ponto bem positivo, pois o jogo pôde trabalhar seus desafios com a ideia de que o jogador tem as ferramentas necessárias para superá-los, basta ser criativo, o jogo lhe permite.
Ainda em ambientação, podemos citar a trilha-sonora do jogo, que, é bem silenciosa, em suas viagens pelos campos e florestas de Hyrule, um piano suave poderá tocar. O jogo valoriza o silêncio, seus momentos solitários com esse vasto mundo criam um ambiente introspectivo e também, uma curiosidade maior, já que você não sabe o que pode vir pela frente. Para locais, batalhas de chefes, a música é ótima, mas não é tão marcante como em jogos anteriores da franquia. Esse mundo pode ser hostil, lugares muito quentes ou muito frios irão cobrar um preparo do jogador, e nisso, entram alguns elementos de sobrevivência, como cozinhar para obter status contra as adversidades, roupas para o ambiente; o jogo não aprofunda muito esse sistema, é fácil de pegar o jeito e ficará de costume ao entrar em novas regiões.
Pelo mundo você encontrará Shrines, ou fará quests para encontra-los, que consistem de desafios variados, sejam puzzles ou de combate, para você conseguir itens necessários para upar, quatro desses são necessários para você escolher depois entre vida ou stamina (para aumentar o espaço do seu arsenal, serão necessárias Korok Seeds, que estão escondidas pelo mapa). O visual dos Shrines é consistente, para não dizer quase que igual, é como se fossem salas de testes separadas do jogo, mas isso não quebra a imersão. Há muitas armas para se testar, espadas, lanças, espadas grandes, machados e muito mais, a variedade é enorme, mas tem um problema com o sistema do jogo, a durabilidade delas; você golpeia com a arma algumas vezes e ela pode estar próxima de quebrar, o que depois de um tempo, começa a encher o saco. Em casos, você não conseguirá passar não por você não ter habilidade, mas sim, pela arma não ter durabilidade; alguns podem dizer que isso faz o jogador testar várias armas, mas eu discordo, você OBRIGA o jogador e testar outras armas por durabilidade, não pela situação, por exemplo, inimigos, que são um ponto um pouco abaixo.
A variedade de inimigos não é grande coisa, o que vai variar são as armas que podem usar, que é bem legal a adaptação deles ao cenário, mas a maioria deles você pode apenas esmagar botões e desviar que é possível derrota-los. Aqueles que se destacam são mini bosses pelo mapa, que tem um pouco mais de estratégia e cuidado ao enfrenta-los, mas com o tempo, também ficam repetitivos. Falando dos chefes, esteticamente eles são bem parecidos (algumas exceções, claro) por motivos de história, mas muitos podem achar isso irrelevante quando enfrentarem eles.
Por fim, falaremos dos DLCs, que não são tão complexos, “The Master Trials” traz um modo de jogo que consiste em você, do zero, ir passando as fases para chegar num patamar elevado, é bem divertido e pode te render horas de diversão. “Champion’s Ballad” traz uma nova história por Hyrule, novos Shrines para encontrar, um novo chefe, uma moto por incrível que pareça, e ainda mais memórias para você descobrir sobre os personagens. Ambas valem a pena para estender sua aventura pelo reino devastado.

The Legend of Zelda Breath of the Wild não é perfeito, nenhum jogo é, mas não deixa de ser uma experiência extremamente satisfatória para aqueles que se aventurarem por Hyrule, haverão momentos de frustração, surpresa, descoberta, felicidade, todos os sentimentos presentes em uma aventura, e essa é uma que vale a pena experimentar. Todo o mundo construído pela Nintendo merece ser aproveitado, explorado, dos momentos grandiosos aos mais simples, Breath of the Wild está repleto deles.

The Legend of Zelda Breath of the Wild

Lançamento:03.03.2017

Publicadora:Nintendo

Desenvolvedora:Nintendo

Gênero:Ação-aventura

Plataformas:Nintendo Switch

Nota do avaliador:

Excelente