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Análise | Liga da Justiça (2021)

O Snyder Cut fez do filme da Liga um evento da Cultura Geek

Geraldo Campos09 de abr. de 2021Atualizado em 11 de jun. de 2021

Sem dúvidas um dos filmes mais esperados de 2021 foi o Snyder Cut de Liga da Justiça. Vindo num momento oportuno para promover o HBO Max, a Warner Bros atendeu ao apelo dos fãs, do diretor Zack Snyder e do próprio elenco que entrou na hastag 'Release Snyder Cut'. Agora, tendo lançado o filme que tanto queria após um conturbado momento em sua vida, toda a comunidade Geek pode apreciar o real filme da Liga de pouco mais de quatro horas de duração.

Roteiro

O enredo superficial é basicamente o mesmo da versão de 2017 com algumas mudanças muito bem vindas. As caixas maternas estão na terra, um com os homens, outro com as Amazonas, e a terceira com o povo de Atlantes, e com a morte de Superman em 'Batman vs Superman: A Origem da Justiça', Darkseid manda o Lobo da Estepe para reunir as caixa e dominar a Terra.

Nesse meio tempo Batman está reunindo a Liga em parceria com a Mulher Maravilha, que revela para Bruce o planos de Darkseid. Com isso é integrada à equipe Flash, Ciborgue, Aquaman e nos momentos finais o Superman que é resgatado dos mortos. Tudo isso já tinha sido visto na versão de Joss Weddon, mas o que realmente muda? E mais importante, muda para melhor?

Com as quatro horas de duração Snyder consegue apresentar de maneira mais sólida os novos membros com destaque para o Flash e principalmente o Ciborgue, que é basicamente uma das peças centrais de todo o filme. Conhecemos melhor o poderes de ambos e suas motivações. Vale aqui ressaltar o trabalho feito com Flash no momentos finais do filme em que ele acessa a força de aceleração, é incrível.

Em contra partida porém, Batman e Mulher Maravilha estão totalmente subutilizados; Bruce não parece um grande detetive e uma das mentes mais brilhantes da DC, ele só parece ter os recursos como carros e naves de alta tecnologia. E a Mulher Maravilha está lá para lutar contra o Lobo da Estepe, os diálogos dela em sua maioria são pouco relevantes.

Essa versão do Bruce não lembra em nada a de Batman vs Superman. Ele está bem menos racional, com menos planejamento e chega a dizer para Alfred em dado momento ter 'fé' em uma circunstância um tanto estranha. Não parece o homem que derrotou Superman, em nenhum momento.

O Retorno de Superman

O retorno de Clark é um dos pontos mais fortes. Quando ele aparece para enfrentar o Lobo da Estepe dá para sentir um arrepio. O que peca um pouco é toda a atmosfera em volta dele sobre a Lois e a Martha. É extremamente chato e cansativo esse núcleos em paralelo, acrescentam muito pouco e são utilizadas, quando por exemplo fazem uso disso para apresentar o Caçador de Marte.

Possuem diálogos muito bons e outros horríveis principalmente no epílogo. Na verdade o epílogo, e tudo que é mostrado naquele pesadelo do Morcego é bem fraco.

Apesar disso, os apelos emotivos e dramáticos conseguem ter um impacto forte sobre o expectados. A cena em que o pai de Ciborgue se sacrifica é ótima, bem como a luta entre as Amazonas e o Lobo da Estepe, que possui um apelo sentimental muito grande. Vale ressaltar que as cenas de luta estão muito boas, mas o CGI, mesmo estando infinitamente melhor que as de 2017, possui oscilações.

A trilha sonora é chata, muito chata. O trabalho de edição à respeito da trilha e a escolha das músicas é medonho. Faltou um pouco de bom senso, pois em dados momentos as músicas te tiram da imersão do filme de tão esdruxulas que soam.

A Violência é Real

As cenas de ação são fortes e impactantes; não possuem muito filtro para violência. Se o filme for pensado não como algo fora de um universo regular da DC, mas como um Elsword bem como acontecem nas HQs, o filme funciona bem, mas se for pensado como um transposição essencial dos heróis para o cinema, fica um tanto quanto estranho; logo na primeira cena de ação da Mulher Maravilha ela entra no museu e mata todos os terrorista a sangue frio na maior facilidade, sendo que o último ela simplesmente explode. Em seguida, uma jovem feita de refém diz para ela que quer ser como ela quando crescer. Entende? É meio bizarro uma cena assim.

Os vilões funcionam bem, Darkseid está fenomenal e o Lobo da Estepe convence. Ainda assim existe pequenos furos de roteiro quanto ao passado de Apokolips, quando tentou invadir a terra pela primeira vez, mas que, considerando o todo da obra, pode ser relevado.

Porém, mesmo possuindo defeitos, o longa ainda consegue prender. O final, que possuí sim gancho obvio para continuação, instiga muito a curiosidade e a vontade de querer assistir um "Liga Da Justiça 2".

Independentemente de qualquer coisa, esse filme da Liga é uma conquista e possuí uma carga e valor muito alto tendo em vista todos os problemas pessoais que o diretor passou, a forma como ele se doou para desenvolver o filme colocando sua visão, e todo o movimento criado nas redes sociais.

Considerações Finais

Liga Da Justiça de Zack Snyder é um filme autêntico, diferente do que foi visto em 2017, mas que mesmo assim possuem inúmeras falhas e percalços que podem atrapalhar a experiência. Levando em consideração as quatro horas de filme, o longa desenvolve bem seus novos personagens, mas apaga o brilho de outros. Em suma, é realmente um novo filme, uma nova Liga, com cenas realmente memoráveis, mas que passa longe de ser um fenômeno.

Liga Da Justiça (2021)

Ano:2021

Distribuição:Warner (HBO Max)

Gênero:Ação/Aventura

Direção:Zack Snyder

País de Origem:Estados Unidos

Duração:4h 2min

Nota do avaliador:

Bom