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Análise | Superman: Entre a Foice e o Martelo

Geraldo Campos27 de fev. de 2021Atualizado em 04 de mar. de 2021

Superman Entre a Foice e o Martelo é um quadrinho originalmente publicado nos EUA pela DC comics em 2004, e aqui no Brasil tendo reimpressão pela Panini Comics em 2019, num acabamento de luxo, contanto com capa dura, papel coche em 172 páginas no formato americano. A edição também conta com os roteiros de Mark Millar (Guerra Civil) e arte de Dave Johnson.

Roteiro

Na história, ao invés da nave do bebê Kal-El, o futuro Superman, cair nos Estados Unidos, ela acaba caindo na Ucrânia Soviética no ano de 1938 e com isso o kryptoniano passa a fazer parte do governo socialista ao lado de Stalin.O quadrinho não só faz uma releitura de Superman, como também de outros personagens icônicos como Lex Luthor, Louis Lane, Mulher Maravilha, Lanterna Verde e até mesmo do Batman. E de fato, essa repaginada nas personagens foram muito válidas, principalmente a do Morcego, que rouba as cenas com sua nova versão.

O contexto histórico como pano de fundo, mostrando o “como seria” caso os soviéticos tivessem em mãos uma arma como o Superman e acima de tudo, como ele iria se comportar perante esse regime, agrega muito à obra, fazendo um questionamento aos atos e moral do herói.

Além disso, apesar do forte teor crítico, a leitura não deixa de ser em nenhum momento, a de um quadrinho de heróis, o que é extremamente positivo. O roteiro flui de forma dinâmica e o leitor não se sente enrolado pelos acontecimentos; esses que de fato impressionam e pegam qualquer um de surpresa. Cabe aqui lembrar que Superman Entre a Foice e o Martelo não faz parte do universo regular dos super heróis da DC, e que por isso a liberdade criativa do roteirista é muito maior, o que Mark Millar aproveita muito bem.

O desenvolvimento da HQ é praticamente infalível, visto que traz uma premissa muito boa, alcança o climax de forma orgânica e coerente com o mundo estabelecido e se encerra de uma forma realmente de explodir cabeças. As motivações de cada personagem são muito bem estabelecidas e condizem muito com o teor político da obra na luta entre a direita e a esquerda, mas de forma que não se limite somente a isso.

Em termos gerais, a obra conta uma história realmente digna de ser considerada clássico do azulão, de maneira a manter a essência do personagem num contexto totalmente fora da curva, e em situações que jamais pensaríamos em ver o Superman ser colocado.

Arte

Os desenhos de Dave Jonhson e demais artistas não são grandiosos ou daqueles que de encherem os olhos ao leitor, porém, nesse quadrinho em especial, suas artes têm um destaque muito condizente com o contexto em que a história está inserida. Seus traços reluzem as antigas propagandas soviéticas, o que realmente passa a sensação de se estar num mundo totalmente dominado pelos socialistas. A tonalidade de cores também se altera levemente quando estamos em território capitalista, fazendo um contraste.

Os desenhos realmente dialogam com o desenvolvimento do roteiro e ajudam no entendimento do mundo proposto. Nos momentos de ação ela mantem a qualidade e as páginas inteiras são muito ricas em detalhes. Além disso, vale ressaltar o visual criado para os personagens, que ficou um trabalho muito digno e bem feito, como na imagem ilustrativa.

Considerações Finais

Não atoa Superman: Entre a Foice e o Martelo é considerado por muitos um clássico dentre muitas das histórias do Super. A HQ é escrita com maestria por um dos grandes nomes de roteiristas de quadrinhos da atualidade, que é Mark Millar, e acompanhado de desenhos que contribuem para o todo da obra. Praticamente indispensável para as prateleiras de fãs de quadrinhos de super-heróis.

Superman: Entre a Foice e o Martelo

Contendo:Superman: Red Son #1 a 3

Autor:Dave Johnson, Kilian Plunkett

Arte-final:Andrew Robinson, Walden Wong

Cores:John Higgins

Editora original:DC Comics

Data original de publicação:junho a agosto de 2003

Editora no Brasil:Panini Comics

Datas de publicação no Brasil:abril a junho de 2004 (minissérie em três partes), junho de 2006 (encadernado), setembro de 2017 (encadernado de luxo)

Páginas:172 (encadernado de luxo da Panini)

Nota do avaliador:

Excelente