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Análise | A Guerra Dos Reinos

Jason Aaron finaliza seu 'run' pelo Thor deixando um verdadeiro Clássico para a Marvel

Geraldo Campos 09 de abr. de 2021Atualizado em 08 de jun. de 2021

Publicada originalmente pela Marvel comics em 2019, ‘A Guerra dos Reinos’ chega ao Brasil pelas mãos da Panini Comics. Aqui, a Mega Saga escrita por Jason Aaron (Thor, Justiceiro Max) e desenhada por Russell Dauterman (Thor), se divide em três encadernados capa cartão, que contém a saga principal e derivados.

Roteiro

Esta história é o ápice de um roteiro que vinha sendo escrita por Aaron desde a ‘Marvel Now’, passando pela saga ‘Pecado Original’, pelos eventos de ‘Guerra Secreta’ até culminar em ‘A Guerra dos Reinos’. Tendo isso em vista, sim, é necessário ter lido o que se passou nos pelo menos últimos sete anos do personagem. Mas calma, não se desespere. Se você ler a introdução presente logo no primeiro volume, seu entendimento já será mais preciso; obviamente que não vai ser a experiência de quem vem acompanhando o personagem durante esses anos, mas entender o contexto não será um desafio.

Na HQ Malekith dominou nove, dos dez Reinos existentes, e agora chegou na Terra. Logo os Vingadores se flexibilizam para combater as tropas dos Elfos Negros, e até mesmo Loki está do lado dos mocinhos, entretanto o paradeiro de Thor, o único com poder suficiente para acabar com essa guerra, é desconhecido. 

Logo na primeira edição o leitor já recebe um bela dose de adrenalina. Aaron consegue representar muito bem cada personagem, acertando na química do crossover de maneira muito eficiente. Os elementos da mitologia nórdica são muito bem transportadas para o mundo dos mortais, e a interação dos demais heróis com esses elementos são bem divertidos.

Existem muitos momentos épicos, dignos realmente de deuses, extremamente memoráveis. A cada edição esses momentos vão sendo somados, mas de forma natural, sem forçar situações só por ter essas reviravoltas. Na verdade, Aaron possui um conhecimento muito vasto sobre Thor, e nessa história ele coloca tudo para funcionar. 

a guerraq dos reinos

Um dos pontos mais altos da HQ, por incrível que parece, é com o Demolidor, que recebe um papel muito bem pensado e desenvolvido, que realmente empolga. A sensação de urgência funciona, o mundo está dominado pelas tropas de Malekith, e até os seres mais poderosos de Asgard estão sobre o poder do Elfo. A guerra é insana e presente, e ver os heróis em ação é muito satisfatório.

O Legado de Aaron

Aaron deixa um grande legado para o Thor, realmente é uma fase clássica. Tudo se conversa, desde sua fase em Marvel Now, passando pela a Thor, Thor Indigno, até ‘A Guerra dos Reinos’. Chega ser assustador pensar em como ele conseguiu promover tudo isso de maneira tão eficiente. 

Podemos esperar no futuro até mesmo o MCU bebendo desta fonte para dar continuidade ao Thor da telonas. O mais impressionante é que Aaron coloca Thor como um soberano, um Deus, que durante esses sete anos teve uma evolução moral, um amadurecimento. 

Outro fator que dialoga muito bem é como o Mjolnir interfere em quem é Thor, e o que o faz digno desses poderes. Essa conclusão é muito bem definida nesta HQ. 

a guerra dos reinos

Arte

Os desenhos são lindos. Russell faz um excelente trabalho em vários sentidos; a forma como a supremacia de Thor é representada por meio dos desenhos é muito boa. A sensação de movimento e velocidade também transparece muito aquela urgência comentada. 

a guerra dos reinos

Vale ressaltar as cores, a coloração de superfícies metálicas é muito realista, e a forma como brilha também remete muito o como esses artefatos são dignos de pertencerem aos deuses.

Consideração Finais

Um clássico instantâneo, simplesmente. A casa das ideias, com todos os méritos para Jason Aaron, produziu um run clássico do Thor, que culmina numa das melhores e maiores saga da Marvel.

A Guerra Dos Reinos

Escritor:Jason Aaron

Arte:Russell Dauterman

Editors Original:Marvel Comics

Ano Original de Publicação:2019

Editora no Brasil:Panini Comis

Ano de Publicação no Brasil:2020 (edições analisadas)

Número de Páginas:392

Nota do avaliador:

Excelente