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Análise | The Witcher - Terceira Temporada

Temporada marca despedida de Cavill, e talvez seja a melhor coisa que ele faça

Geraldo Campos 27 de jul. de 2023Atualizado em 27 de jul. de 2023

 

A terceira temporada de The Witcher chegou ao fim. Dividida em duas partes, encerra-se o ciclo de Henry Cavill à frente do papel do bruxo Geralt de Rivia. Desde sua estreia em 2019, The Witcher tem sido uma grande aposta da Netflix, mas a decepção dos fãs após a segunda temporada e a despedida de Cavill tem afastado alguns espectadores e, infelizmente, talvez essa terceira parte não tenha sido suficientemente boa e reconciliatória para que a franquia possa conquistar boas expectativas ao seu entorno.   

Não é possível assistir à série sem esperar alguma despedida ou alguma cena pensada para homenagear Cavill. Afinal, por mais que esteja saindo aparentemente por discordâncias com os rumos criativos que a produção estava tomando, ele é um grande fã de The Witcher, conhecedor do universo e excelente Geralt, merecendo uma despedida à altura. No entanto, nada disso acontece. Tudo termina como se logo fossemos vê-lo novamente. 

Por óbvio, isso não impacta a obra em si, mas impacta a experiência. O Lobo Branco, desde o começo da série que sempre foi permeada de problemas, poderia ainda se escorar em Cavill. Não poderá mais.

Apesar do descaso com Cavill, a terceira temporada traz muitas melhorias, que vão desde CGI até a relação Cirilla, Yennefer e Geralt que está muito madura. As partes em que estão somente o par romântico, é quando os diálogos são mais assertivos e Cavill e Anya Charlota tomam a cena para si e criam uma atmosfera própria. Em outros momentos, porém, o texto ainda é fraco quando precisa criar emoção, cometendo alguns deslizes.   

O segundo volume, com os três episódios finais, ao contrário com o que acontece com o primeiro, é extremamente arrastado. Algo que poderia ser resolvido em dois episódios ganha um de brinde com certas repetições de discursos desnecessários com Cirilla perdida no deserto tendo alucinações e Geralt de cama machucado. Enquanto isso, Yennefer fica para lá e para cá juntando o que sobrou das feiticeiras. 

Mesmo assim, a série possui cenas lindas de ação, sobretudo de lutas com Geralt. As coreografias são impecáveis e logo no primeiro episódio há certas referências aos jogos. Além disso, as questões políticas são bem exploradas entre a Redânia e Nilfgaard, algo pouco mostrado anteriormente. 

Uma vez que a série já tem seus personagens bem apresentados, como as feiticeiras e os reinos, salvo quando quis criar vilões e matar bruxos gratuitamente, ela está sabendo fazer um bom trabalho dentro das suas limitações criativas e de produção. É nítido a melhora em relação a primeira e segunda temporada, mesmo que siga abaixo do que poderia ser. 

A terceira temporada de The Witcher marca a despedida de Cavill sem reconhecer os méritos do ator que de maneira intensa viveu o personagem. Ainda tendo que lidar com os problemas criativos que causou na segunda temporada, a série tenta se reconciliar, mas talvez seja tarde demais. Ademais, há melhoras de produção e roteiro, mas não sendo suficiente para fazer dessa temporada um fenômeno, pois ainda tropeça em episódios mornos. Fica, assim, a incerteza do que será o futuro. 

The Witcher - Terceira Temporada

Ano::2023

Empresa::Netflix

Gêneros:Fantasia

Crianção da série::Lauren Schmidt Hissrich

Episódios::8

País de Origem::EUA/Polônia

Nota do avaliador:

Bom