SÉRIES | ANÁLISE

Análise | What If...?

'What If...?' inicia com ótimos episódios, mas desfecho pouco promissor.

Geraldo Campos15 de out. de 2021Atualizado em 15 de out. de 2021

'What If...?' estreou seu primeiro episódio no Disney Plus no dia 11 de agosto, e de lá para cá foram mais oitos semanas, cada um com um episódio que veio encerrar as histórias que, até então, pareciam independentes umas das outras. A série animada reinventa alguns de seus heróis brincando com as infinitas possiblidades do Multiverso.

Roteiro

'What If...?'. no primeiro momento, é um copilado de estórias que "brinca" com os acontecimentos da cronologia dos heróis da Marvel nos cinemas, apoiando-se nos últimos eventos de "Loki". No primeiro episódio, por exemplo, ao invés de Steve Rogers tomar o soro de super soldado e virar o Capitão América, quem toma é Peggy Carter, depois, temos T'Challa como Senhor das Estrelas, e por aí vai.

No geral, grande parte dessas releituras são bem divertidas, além de trazerem certa nostalgia para os fãs do MCU. Destacam-se entre eles os episódios três (E Se... O Mundo Perdesse Seus Heróis Mais Poderosos?), quatro (E Se... O Doutor Estranho perdesse o seu amor e não o controle das mãos?), cinco (E Se... Zombies!?) e seis (E Se... Killmonger Tivesse Resgatado Tony Stark?). Esses são os pontos mais altos no que se refere ao desenvolvimento individual de cada universo que se apresenta.

Entretanto, valem as ressalvas, principalmente quanto ao episódio sete (E Se... Thor Fosse Filho Único): desde o início do desenvolvimento de Thor na Marvel ele vem se tornando, cada vez mais, Dionísio que efetivamente o Deus do Trovão. Aproveitando o fato de se tratar de uma série animada, Thor está mais cartunesco e emburrecido que nunca. Em diversas vezes ele parece estar substituindo o Hulk, esmagando tudo, com o plus de ser alívio cômico.

O penúltimo episódio está repleto de cenas épicas e só não é um dos melhores devido partes do desenvolvimento de Ultron. Aqui, a série prepara terreno para o grande desfecho, que vai unir todos os heróis apresentados, quando o Vigia os selecionam para lutar contra o próprio Ultron que está em posse das Joias do Infinito.

As Incongruências animadas

O desfecho da série pode vir a ser bem polêmico por alguns artifícios e desculpas de roteiro. Ultron acaba sendo favorecido com um poder cósmico e de escala, no primeiro momento, difíceis de se quantificar; ele viaja livremente pelo multiverso, destrói planetas e universos quando bem entende, e até mesmo mata o Thanos com uma facilidade que Tony Stark invejaria.

Os "Guardiões do Multiverso", como o Vigia os nomeia, são de qualquer forma uma equipe bem poderosa, ainda mais considerando a versão do Doutor Estranho, mas ainda assim não justifica o tempo de batalha que a equipe trava com essa versão de Ultron.

A ideia da qual a Viúva Negra se apoia para encerrar a luta contra a I.A., utilizando Zola, é de fato inteligente, mas ainda assim, as incoerências de como o poder de Ultron é colocado em cada instante da série afasta o espectador de uma plena imersão.

Somadas esses atributos de "What If...?" é muito mais gratificante apreciar a obra como algo à parte do MCU; realmente como se aquilo fosse um spin-off de uma galáxia muito, muito distante. Querer paralelizar a série com elementos do que tem sido feito até então pode ser frustrante, simplesmente por se tratar de uma série animada que tem uma liberdade muito grande em ir e vir dentro das limitações que o próprio roteiro impõem - em um instante o Ultron destrói universos, e em outro ele apanha de uma equipe recém formada.

Quem souber absorver e curtir cada episódio como único, relativizando desculpas fracas de roteiro e vendo o material como uma animação para relaxar, terá um entretenimento muito bacana em mãos. Mas, talvez, aquele fã mais assíduo, que se preocupa com os furos de roteiro e uma certa coerência no desenvolvimento das personagens, pode acabar por não gostar do desfecho do material ( e muito menos do Thor).

Considerações Finais

"What If...?" possuí uma grande capacidade de cativar o fã logo em seus primeiros episódio. A curiosidade do que será feito com cada personagem, as mudanças e novas circunstâncias, é o principal motor que instiga a vontade de ver a série, que possuí em si uma certa e boa estabilidade até o episódio seis, onde, posteriormente, se perde na tentativa de um final épico, mas sem sentido.

What If...?

Ano:2021

Empresa (s):Disney/Marvel Studios

Gênero:Ação, Fantasia, Animação, super-herói

Direção:Bryan Andrews

Episódios:9

País de Origem:Estados Unidos

Nota do avaliador:

Bom